segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um pedido

De repente uma justa disputa,
Dois pedidos a serem realizados.
Um deles deveria ser fatalmente esquecido,
Triste, então, um suspiro do desprezado.

Mas é algo tão bom que desejara;
Difícil ceder ou pensar não ser ouvido,
Por esse até apelos divinos fizera,
Como brincadeira, algo lúdico e ensandecido.

Daqueles que aperta os olhos no passar da estrela,
Que suspiros pelos cantos são testemunhados.
E pedira com tanta força no comprimir dos dedos
Que perdendo a chance se vê decepcionado.

E é nessa hora que ouve sinos nitidamente,
Ainda triste, seu humor muda, se enganou;
Seu pedido é valido, se realizou,
Vira criança, se vê nos olhos de quem sonhou.

E o desejo tornara-se real, foi um só pedido,
Seu coração dispara ao ouvir: É para sempre!
Não há como não sorrir, foi atendido.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Primeira Agência Matrimonial Gay do Brasil

Mais um avanço a partir da aprovação da união civíl entre pessoas do mesmo sexo. Dia 14 de dezembro ficou online o site da primeira agência matrimonial gay do Brasil. O trabalho é voltado para pessoas que buscam um relacionamento sério e estável. O trabalho funciona a partir de um acompanhamento psicológico e de um traçado do perfil do cliente e da pessoa que busca. Segundo a direção da agência, devido a grande procura de gays e lésbicas por um relacionamento estável e a falta de expectativas em relação a noite, a clubes voltados a GLS, fez-se necessário pensar em tal estratégia. Quando o cliente faz o cadastro no site da empresa, um atendente faz contato, marca uma primeira visita, onde é apresentado o trabalho, faz-se uma proposta que melhor se encaixa em sua procura e inicia-se o que chamam de "Acompanhamento Afetivo". Esse acompanhamento tem por objetivo investigar a vida relacional do sujeito, seus contatos anteriores, relacionamentos e a partir daí tornar sua busca mais assertiva e também desmitificar a idéia de que homossexuais não conseguem manter um relacionamento sério e duradouro. O trabalho funciona a partir de contratos de encontros, onde a pessoa assume a responsabilidade em se permitir um relacionamento estável e sua disponibilidade para isso e a agência propõe uma busca de perfis com no mínimo 70% de compatibilidade. Sucesso a agência de casamentos FREELOVE.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Resposta a Carta enviada para o deputado Marco Feliciano pela psicóloga Marisa Lobo

Surpreso, li hoje o texto da colega Marisa Lobo, que se autodenomina psicóloga cristã. Achei um discurso bem interessante do ponto de vista antropológico e também crítico; um discurso extremamente preconceituoso e justificante, se pensarmos socialmente e em uma esfera ampliada. Tal psicóloga fez uma carta de repúdio ao deputado Marco Feliciano, acusando o Conselho Federal de Psicologia de postura “antiética, amoral e isolada” ao participar de passeata defendendo o Kit anti homofobia do Ministério da Educação e Cultura, previsto para fazer parte dos apetrechos pedagógicos futuramente utilizados no ensino público (corrigindo a profissional que diz que o kit irá figurar no ensino de crianças; a previsão é para o Ensino Médio).

Podemos analisar o comportamento de tal pessoa como um reflexo do que acontece na sociedade e do que motivou tal kit a ser pensado. A profissional em questão explicita claramente o ódio sentido e as propensões pessoais envolvidas em seu discurso. Já podemos perceber pelo título utilizado em comparação às cores do arco íris utilizadas pelo CFP na passeata, considerando-se psicóloga CRISTÃ, a mesma, faz apologia a crenças, convicções, mas deixaremos de lado tais indagações, pois, como diz a própria psicóloga, “é vedado ao profissional de psicologia induzir à convicções filosóficas, religiosas, de orientação sexual”, tal profissional deve saber, tanto quanto eu o quanto tal denominação provoca em seus clientes e em tantas pessoas que vê associado a um título humano, assistencial e empático uma adjetivação de “cristã”, haja vista o quanto historicamente isso pode assinalar.

Pois bem, acho justo expor também minha visão, porém, tentando ser o menos possível pautado por minhas convicções pessoais e sim analisando historicamente, socialmente e refletindo sobre o que isso pode trazer.

Provavelmente não se deu atenção devida ao mesmo artigo e alínea do Código de Ética do Psicólogo que Marisa cita, já que finalizando a frase, vemos o cerne da questão, dizendo que o psicólogo “...NÃO PODE INDUZIR A QUALQUER TIPO DE PRECONCEITO”, fica claro que a “profissional” em questão utiliza-se de algo bastante difundido, infelizmente, no meio dos profissionais, sejam psi ou outras classes, que é a utilização tendenciosa e parcial tanto do código de ética, quanto dos conceitos apreendidos.

O CFP infringe o código de ética lutando pelo respeito à cidadania e à dignidade humana, quando defende um kit anti homofóbico (e não kit gay, como ficou conhecido pela bancada evangélica da câmara, termo difundido pela colega Marisa)? Mas a psicóloga em questão não vê infrações éticas quando se refere a homossexuais como pessoas com a libido sexual pervertida e problemáticos emocionalmente, além de insinuar serem promíscuos (quando associa o relacionamento homossexual a uma prática apenas para obtenção de prazer sexual)?

A única convicção a que somos levados é a de igualdade; de que a violência gratuita é prejudicial, é uma doença social, algo que deve ser banido. Lutar contra o fundamentalismo religioso, que prega a violência, o desrespeito, além de expurgar o pensamento “amplamente difundido no seio familiar”, como diz Marisa, de que o homossexual pertence ao gueto, deve ficar no escuro e silêncio, fazendo tantos jovens sentirem como desmerecedores de afeto e respeito atém mesmo por parte da família, transportando para o armário todas as pessoas diferentes, uma vez que o incômodo de lidar com o diverso desperta raiva, medo e reações preocupantes. Justamente nessa linha é que a defesa do kit anti homofobia se faz necessária, é lutando pela promoção da dignidade que o CFP honra seu vínculo social e humano, mostrando que o trabalho é pautado pelo respeito ao sujeito e seus direitos fundamentais.

Espero que, para chegar ao segundo artigo do Código de Ética a colega tenha passado pelos princípios fundamentais e verificado em seu inciso I que “O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Ainda lido o inciso II “O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. Ainda podemos pensar no Art. 2 do Código de Ética, que a profissional se apega, onde foca a alínea b, sem se dar conta de que a alínea a, que, ao psicólogo veda o seguinte: “Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão”.

Acho de extrema importância que Marisa leia a carta do CFP que explica os motivos de aprovar o kit, que leia também a justificativa e se posicione para a realidade, procure saber as notícias chocantes de adolescentes espancados, de violência gratuita e até mesmo mortes, por uma simples discordância no que se refere a orientação sexual. Tal material não é feito para incentivar um ou outro tipo de comportamento sexual, mas para lutar contra o preconceito e essa animalesca violência de que temos notícias.

Portanto, deixo aberta minha decisão de não compartilhar da opinião de Marisa Lobo, que, indevidamente fala pelos profissionais psi, além de manifestar repúdio total à carta apresentada, lamentando que pessoas que deveriam ser um esteio e promover a luta pela ética, dignidade e igualdade assumam uma postura religiosa, pessoal; associando ainda o título de profissional psicóloga a determinações e crenças; defendendo, contrariamente ao mesmo código que a orienta, o preconceito, a visão pessoal, turva e o incentivo a atitudes homofóbicas e violentas.



Rafael Higino Wagner

Psicólogo CRP 06/98324

Link da Carta enviada por Marisa Lobo
http://www.guiame.com.br/v4/blog_marisa/145484-1857-Marisa-Lobo-questiona-C-F-P-sobre-passeata-em-apoio-ao-kit-gay.html

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Palavra que não se traduz...

Quando se pensa em relações sinceras, em sentimentos verdadeiros, em entendimentos sem palavras logo nos vem a cabeça situações utópicas. Para mim, vem a cabeça algo real, algo vivido e sentido. Porque quando se tem alguém com quem pode falar tudo que quer, tudo que pensa, tudo que sente e perceber que compartilham as mesmas emoções, por mais diferentes que sejam nunca se está sozinho. Se preciso falar assuntos sérios, lá estamos; se é necessário rir, melhor ainda juntos; se for para beber, cairemos na mesma calçada e se for para chorar, nos confortaremos juntos. É um amor sincero, uma cumplicidade incondicional, é adentrar a alma do outro e se misturar, sorrir e chorar, cantar e beber, ser feliz e sofrer; tudo isso em conjunto. Nem o tempo, nem qualquer distância ou barreira destroem as pontes que unem amigos, a ponte que ligam pessoa. As vezes nos bate uma insegurança, um sentir egoísta, de que estamos perdendo, que seremos substituídos, mas nada disso é real, as pessoas são únicas e nos marcam de forma singular. Sei que ninguém jamais irá fazer parte da minha vida dessa forma, assim como, tristemente sei que o que passou não volta atrás. Mas o futuro se revela tão belo, tão promissor e os relacionamentos só se intensificarão. Conservo dentro de mim, lá no fundo, epremida essa saudade, vontade de sentar e falar, de sair, de e estar junto, mas inevitavelmente é como estamos; unidos por laços invisíveis, mas indissolúveis, como almas irmãs, se fica triste, também sinto e pela minha felicidade também quero que esteja bem.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Inspire o futuro e expire o passado"

As vezes torna-se necessário exercitar o desapego, deixar partir e respirar novos ares. Ouvi uma vez a frase "inspire o futuro e expire o passado" e acredito que isso resume em muito nossa vida e seus acontecimentos, inspirar o futuro simboliza a existência garantida por novos acontecimentos  e o sopro para fora do passado o reconhecimento de que precisou disso, reconhecimento de vida através do que teve anteriormente e a necessidade de um novo fôlego. A vida se faz assim, a respiração é isso, algo natural, te mantém vivo e faz-se leve, espontâneo. Dessa forma pode repensar seu passado, seus amores e deixá-los livres para partir, desvincular-se, ter a consciência de que representaram algo vital e por imposições do destino ou por fatos concretos deixaram de simbolizar aquilo que a priore faziam. Quem passa por nosso caminho deixa rastros, as pessoas tornam-se inesquecíveis e especiais por inúmeros motivos e deixar de compartilhar um relacionamento amoroso, por exemplo não é algo ruim, ao contrário, significa que a vida está tomando seu rumo, que tem possibilidade de crescimento e pode deixar a pessoa também crescer, não precisa se afastar, ambos tem um significado e participação na vida um do outro. Deixar a vida seguir sua função é deixar o coração bater, olhar-se, amar-se e amar ao outro de uma forma generosa, libertando-o de uma relação que pode estar falida, que tira pedaços e que não acrescenta. Assim conseguimos sentir novos ares adentrando os pulmões e deixamos o gás carbônico, o veneno sair, nos mantemos vivos e fazemos pelo outro aquilo que é melhor, para os dois lados.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

OBJETO IDEAL

Estive envolto em pensamentos sobre as nossas escolhas. Desde crianças somos impulsionados a decidir sobre uma ou outra coisa e sempre seguindo padrões pré-estabelecidos. Devemos desistir de uma escolha porque mamãe não deixa, não podemos pôr a mão em nada porque papai não quer, e assim vamos nos moldando de acordo com o ideal de nossos pais, nos transformamos na junção do ideal de ego de ambos e assim trazemos também uma herança neurótica, a sombra de medos da nossa família aliada a sombra de nossos antepassados.
Em nossas escolhas passadas criávamos expectativas sobre cada item. Papai dizia para não escolhermos um brinquedo e fazia uma propaganda gigantesca sobre outro. Assim fantasiávamos as possibilidades incríveis daquela nova escolha em cima do que nos diziam e seguimos posteriormente o mesmo padrão de respostas. Hoje fantasia um objeto falho em objeto ideal, vê possibilidades, enxerga qualidades fascinantes e o transforma exatamente naquilo que você precisa, naquilo que lhe falta. Porém, como tudo que é fantasioso; passamos a enxergar pequenos indícios de realidade com o tempo e acabamos por não suportar o verdadeiro, o real, já que este tem falhas, este é imperfeito e não é o que gostaríamos de ser (sim, gostaríamos de ser aquilo que idealizamos, suprimos nossas faltas no outro). Esse processo de apego com o real é o mais dolorido, ou temos uma postura suficientemente madura para aceitar essas lacunas e redescobrir as reais qualidades ou sucumbimos às nossas frustrações e deixamos de lado o que tanto queríamos, encontramos mil desculpas para nos desfazer disso ou daquilo, nos tornamos indigestos às pessoas e expelimos até para no fim nos confortar dizendo que o outro é quem foi o culpado, é que se afastou (você o afasta).
E assim partimos para nossa próxima “escolha”; aliás, para nossa próxima tentativa de perfeição narcísica, buscando a pessoa ideal, o emprego sensacional e os amigos mais maravilhosos que poderíamos ter (assim nos conformamos por não sermos a pessoa ideal para outro, etc). Melhor nos decepcionar com alguém, que nos decepcionar conosco, é bem mais fácil ver a culpa nessa pessoa, que tentarmos mudar e nos transformar nisso que queremos que o outro seja.

sábado, 12 de março de 2011

TREVAS

Correntes se arrastam, sentimentos se confundem, cada vez mais embrutecidas ficam as pessoas. Verdadeiros monstros, algozes de seus próprios companheiros, animais, um devora o outro, massacram-se guerreiam entre si, despem-se de toda humanidade e compaixão. O capital, sublime capital, tão debatido, estudado, marxizado, esmiuçado; era antes um objeto, tornou-se, porém, protagonista. E nós, vivenciamos o abandono, o medo, a perda, a loucura e nos jogamos, as vezes na rua, calçadas, preenchemos nosso vazio com vazios ainda maiores, não vivemos sem o cansaço, só nos sentimos gente com escassez de tempo, com falta de carinho, falta de amor e sobrecargas de sentimentos ruins. Só vejo trevas, só vejo nuvens no futuro. É a visão que tenho da humanidade hoje.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Boas ou Más?

Alguém já brincou com os sentimentos das pessoas? Claro que sim, mesmo que inconscientemente, todo nós já cometemos um ou outro ato perverso. Me recordo de já ter feito coisas não-orgulháveis, é lógico que depois racionalizamos, nos colocamos no papel de vítimas, juramos que o fizemos por necessidade, afinal de contas também é difícil nos conformarmos em sermos algozes. Porém, o que deveríamos entender é que todos temos um lado ruim e um lado bom, seria inocência imaginar as pessoas essencialmente boas ou más; cada um tem um pouco de tudo dentro de si, energias que se equilibram, sentimentos que oscilam. Mas, o que me indigna são as pessoas que se fazem de santas, de equilibradas (não entendem que o equilíbrio vem das duas energias se balanceando, julgam o equilíbrio como a essência da bondade); pessoas que posam de asinhas e escondem os chifrinhos; me dá vontade de tomar as flechas do cupido, entregar-lhe logo o tridente, despi-lo da candura e mostrar-lhe o carmim escondido. Repito, o equilíbrio só é alcançado quando aceitamos possuir um lado obscuro, quando deixamos de nos fazer de bonzinhos e enxergamos nossa mácula. Arrancaria hoje as asas, o arco e as flechas do cupido...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

SER PSICÓLOGO


Muitos psicólogos que conheço insistem em assoberbar-se com seu conhecimento e sabedoria. Acham-se no direito de analisar e cuspir sua visão.
Ser psicólogo é mergulhar dentro do outro, é sofrer com ele, sentir com ele e mostrar-se empático. A sabedoria maior está em entender, ouvir e emocionar-se com o que também lhe pode acontecer. Ser psicólogo é ser humano, afinal somos humanos; SER HUMANO. Dezenas de teorias que se unem para tentar tornar-lhe sensível e não superior ao outro, para que saiba que é vulnerável, para que saiba que pode ser o outro e não para sobrepujá-lo. O ouvir nada tem a ver com o julgar, tampouco com o aconselhar. Sua voz tem a ver com a voz do outro, com o resgate do homem que está em sua frente, com o resgate daquilo que seu cliente realmente é. É a união entre duas pessoas. O ser ouvinte, o ser comunicante que transforman-se em um, e nessa fusão pensam juntos, como uma pessoa, é a solução que seu cliente pode dar e não sua sabedoria sobreposta à capacidade de ação do outro. Ser psicólogo é ser capaz de ser o outro.





Fonte: http://www.webartigos.com/articles/50709/1/O-Psicologo-e-sua-atuacao/pagina1.html#ixzz1Ce8VPNp6 por Rafael Higino Wagner

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O que acontece

Não sei o que me tem acontecido, talvez tenha me conformado com o inconformável, ultimamente tenho pensado como nunca quis pensar, como se não desejasse, como se não pudesse mais querer o que sempre busquei. Já não sinto o mesmo ânimo pelas grandes empreitadas, me disseram que isso se chama amadurecimento; talvez fosse melhor ser criança. Ando sentindo por isso, sentindo pela falta de vontade, sentindo pelo que não mais quero. Me transformando em alguém que priva pela satisfação imediata, alguém que não luta mais pelo que o coração pede, alguém que segue o que a cabeça manda. E o que me faz ser assim? Quero muito descobrir, quero muito ir contra, quero muito novamente QUERER. Estou de luto pelo que deixo de desejar, luto pelo não lutar. Quero sonhar, quero buscar, quero lutar, quero fantasiar, quero me iludir. A vida que não é sujeita às ilusões não é vida, pois quando deixamos de nos iludir, deixamos de sentir até mesmo que estamos preparados para o futuro, para um futuro, no caso. Quero que venha o futuro incerto, quero que venha o obscuro, o que foge do meu controle...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Novos rumos

Vi um caminho e resolvi seguir, já não me lembrava que tinha pés, que minhas pernas movimentavam-se e eu fosse capaz de trilhar. Derepente senti um formigamento e vi que era capaz. Fui (SOU)capaz; dei os primeiros passos. Estou caminhando...eu sei andar! Mas me assusto por não conseguir ver onde o caminho vai dar. As vezes uma curva tapa a visão e lá vem novamente a fantasia a me boicotar, a criar monstros, obstáculos e desânimo; e acho novamente que não sou capaz. Agora estou de cabeça erguida, sei que posso, sei que consigo. Além dos monstros interiores muitas vezes lido com os monstros próximos, os palpáveis. Aqueles "amigos" que me colocam pra baixo, aquelas pessoas que tiram minha auto-confiança. Agora sobrevivo com minha companhia, estou convivendo comigo e gostando da experiência, indo adiante, procurando o melhor pra mim. Estou no caminho, indo, seguindo em frente. Veremos onde a estrada irá me levar...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sobre as Eleições

Vai se aproximando a data das eleições e os ânimos vão se enfurecendo, os candidatos usam de todas as armas e tentam de todas as formas conquistar o pleito. Porém, essas eleições estão se destacando das outras, vemos uma grossa camada de sujeira sendo retirada de debaixo do tapete e escancarada. Vemos golpes e mais golpes sendo proferidos e os candidatos se exacerbando em suas falas. Os tucanos a muito subestimam a capacidade do eleitor de pensar e ver com o que realmente se importam, mas dessa vez vemos uma falta de respeito escancarada, com acusações, com golpes tão baixos que nos fazem pensar onde o país pode parar sendo governado por um partido que traz a caça às bruxas de volta aos dias de hoje, um partido que usa de golpes os mais baixos possíveis, um partido que não reconhece o adversário como digno de respeito, um partido que alia-se ao diabo para tentar alcançar o êxito. Já me sinto estupefato pela quantidade de cartas correntes enviadas para meu e-mail, algumas delas tornam-se cômicas, são acusações absurdas e tremendas. Acusações de cunho até mesmo sexual, onde julgam a capacidade de governar, inclusive demonstra e fala na cara dos cidadãos que somos todos preconceituosos. A maioria lê, repassa e não consegue perceber as entrelinhas. Tornam-se mais um aliado à hipocrisia e unido a multidão de cegos histéricos. Nunca o país cresceu tanto em tão pouco tempo, nunca um candidato teve um índice tão alto de aprovação, nunca a classe baixa teve tantas melhoras de vida como no governo PT. E agora, as pessoas fecham os olhos e acreditam em estórias da Carochinha, fico abismado quando leio em um destes textos sobre a "preocupação" dos "populares", dizendo que Dilma, assim que assumir o poder instituirá um estado comunista, ouvi até uma senhora dizendo que falaram pra ela que o PT quer chegar à presidência para seguir no seu intento. OUÇAM: o PT já está na presidência, o PT já está na direção da Federação há alguns anos, abram seus olhos, abram sua mente e mais do que isso, aprendam a ouvir, a ler, a enxergar e ver o que mudou na sua realidade, vejam que o país melhorou muito, que toda essa preocupação com possíveis resultados escusos após a eleição da candidata Dilma tem a ver com a preocupação elitista de poucas famílias e poucas esferas, as mais privilegiadas, os poucos que possuem tanto que estão afoitos com a possibilidade de continuidade de equiparação de rendas, pois é sabido que desejam e sempre desejaram estar separados por um muro de diferenças, por um muro de desigualdades e sendo privilegiados pelo governo que sempre virou as costas aos pobres antes dessa onda de crescimento e melhora. Agora, encerro com um sorriso lembrando do último e-mail que recebi, que diz que a Rede Globo se sente pressionada, que não tem liberdade para questionar certos assuntos com o Sr. Presidente Lula. Tenham dó! Chega a ser ridícula tal especulação. A rede Globo, a revista Veja, Isto É, Jornal O Globo, Estadão, Folha sempre fizeram parte da oligarquia capitalista, alienatória e hipnótica que buscam obscurecer a visão dos brasileiros e formar opinião, chega a ser um absurdo tal comentário. Globo sempre criticou e sempre perseguiu o PT, os interesses de tal emissora sempre estiveram marcados pelo lucro e pela sua tentativa de supremacia, até mesmo ao governo. É vergonhoso que alguém do povo acredite em tal disparate acerca de uma emissora ditatorial e tendenciosa como tal. E, finalmente desejo que todos pensem, reflitam e questionem-se, pois isso é o mais indicado, que interroguem-se e tentem aperceber-se de onde tiram um ou outro pensamento; será dos fatos ou será da mídia enganosa? E que votem de forma consciente no dia 03. Boas Eleições!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Deixe partir

Estou com saudades, saudades do que não tive, do que não vivi. Saudades do suor que não foi sentido, das lágrimas que não foram secadas, saudades do tempo que não passamos juntos. Saudades das conversas longas que não tivemos, dos jantares não servidos, dos gostos não compartilhados, das desavenças não curadas. Do seu sabor não provado vou sentir falta, é no gosto que as pessoas se desvendam, que o amor se reconhece e se constrói. Saudades da gripe que não soube que você tinha, do cabelo que não vi quando cortou, das roupas que não ajudei a escolher, das diferenças ideológicas que não discutimos. O meu melhor e o seu pior não foram desvendados. 

sexta-feira, 2 de julho de 2010

VIDA

Batendo na minha porta...
Arranhando minha janela...
É hora de acordar!
Já estou de pé, despertei.
Tanto os sonhos, quanto os pesadelos ficaram pra trás...

Agora apenas o dia...claro...de sol...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Impulssividade e Reestruturação

Em certos momentos nos tornamos indigestos às outras pessoas, não mais atraímos, apenas repelimos, mas essa repulsa não é tão ruim quanto a auto-repulsa, quando você para e pensa como está se machucando, o quanto está se autoboicotando. Passa a maltratar quem te quer bem, passa a entender tudo de acordo com teu momento. Esquece que o mundo tem uma rotação própria, que nem todo mundo está disposto a te fazer mal, que nem todo mundo vai te machucar e você, por conseguinte passa a fazer com as pessoas o que tem medo que façam com você. Trata mal, é grosseiro, afasta as pessoas que estariam ao teu lado, desperdiça qualquer boa oportunidade. Oportunidades sempre irão surgir, e cabe a você superar certas dificuldades, aprender a pedir desculpas, mais do que isso, demonstrar que é diferente. Diferenças sempre existirão, mas o que realmente pesa são as semelhanças, quando se torna parecido com as pessoas que detesta. Autoflagelo tem sido uma palavra constante, você deixa de ser você, age de acordo com tua insegurança, tenta demonstrar ser seguro, que não liga. Seria muito melhor se mostrar sem máscaras, demonstrar o quanto quer, que é frágil as vezes. Como conseguir cuidados se você se transformou em um cactus? Espeta, machuca, torna-se um algoz. Como voltar atrás? Como pedir desculpas? Barreiras podem ser quebradas, devem ser quebradas! Seu momento pode não ser tão bom porque você o deixa assim, porque você faz com que tudo dê errado. Fugir agora seria pior, por mais que sua vontade seja arrumar suas malas e desaparecer, fugir demonstraria imaturidade, demonstraria exatamente isso, que é um cactus. Transform-se em uma flor...nada de espinhos.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Superficialidades

Algumas fórmulas deveriam ser universais, e deveríamos introjetá-las. Por mais aberto que tentamos ser, sempre teremos alguns fantasmas perseguidores, sempre teremos uma isca de preconceito dentro de nós mesmos. Quem não vive dizendo que as aparências não importam?! Sim, eu te respondo hoje, as aparências importam demais em tua vida. Você vive se fechando por conta do que pode parecer, por conta do que vê e no final, inconformado se pergunta o que acontece em tua vida. Se pergunta porque não está bem. Hoje venho assumir uma postura diferente, venho incentivar o boicote às aparências. Porque sempre me perguntei onde estaríamos indo se não vamos por vontade própria; e se ninguém tem uma vontade individual satisfeita, afinal de contas, a vontade de quem a gente faz? Não há respostas para a maioria das questões ligadas a forma de viver, ligadas às frivolidades que suportamos. Quem vive, eu pergunto. Acabamos em um mundo que incentiva um estado vegetacional, que nos incentiva a valorizar as pessoas pelas superficialidades que apresentam, mas querer alguém que seja avesso a tudo isso. Não nos permitimos ir mais além, conhecer, ver sem máscaras e nos lamentamos por nossas próprias atitudes, projetamos esse sofrimento e indignados nos colocamos no papel de vítima, sempre(nunca) tentando entender os motivos de estarmos sós, de nos sentirmos sós, de nada dar certo. O motivo é Você.

sábado, 19 de junho de 2010

Sinceridade e maldade

Algumas pessoas sinceramente não diferem o que é ser sincero do que é ser áspero. Sinceridade tem a ver com a defesa do que pensa, do que sente, com ser transparente, demonstrar seu ponto de vista, fazer com que acreditem em suas palavras; vejam bem que é diferente de ser seguido ou fazer com que tomem seu ponto de vista como único. Ser sincero é falar do coração, falar da alma, falar através da alma. Sinceridade tem a ver com os olhos, com deixar que sejam lidos, sejam decifrados, mostrar-se e até mesmo vulnerabilizar-se diante do outro. Porque a sinceridade nos sensibiliza, porque nos mostramos sem máscaras, fazemos com que as pessoas nos conheçam. A maldade é diferente, conheço pessoas que se gabam por serem verdadeiras, que se gabam por falar o que pensam, que se gabam por mostrar sua opinião. Tudo é falso. Escondem-se por debaixo de uma falta de educação absurda, impõem com grosseria pensamentos mesquinhos e pequenos. As vezes me despertam pena, sinto como se precisassem se defender e sua única defesa é o ataque. Ataque este camuflado posteriormente sob o pensamento de que foi verdadeira, de que está sendo sincera, ataque este que nada mais é do que uma defesa. Uma defesa contra o mundo que te assusta, contra as pessoas que te deixam amedrontada. E nada melhor do que esfregar com sua falta de educação idéias em seus rostos, fazer cara de raiva e dizer o que "sente". Sua expressão de raiva diz justamente o que sente, como se autodeprecia, como se coloca abaixo dos outros e precisa justificar-se. Me magoo as vezes com essas atitudes, porque é difícil ver asas em uma pessoa e no momento seguinte não saber mais se é um demônio. Mas ao mesmo tempo sei o quanto sofrem e o quanto sentem pra agir de tal forma. Sua falta de educação e grosseria só podem despertar raiva em quem não entende o quanto sofrem, o quanto se escondem.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Retoque total

Hora de pensar na vida, pensar no que deixamos de viver. Sempre brigamos, sempre insistimos em situações que nos fazem mal, que nos levam ao chão. E ai, perguntamo-nos: Por quê?
Porque estamos acostumados com essa coisas ruins, porque desde crianças aprendemos a chorar por alguma coisa e depois ganhar, a aliar sofrimento aos ganhos e toda vez que estamos em um momento trágico, em um momento sofrível novamente nos vem a cabeça a idéia de que no final conseguiremos o que queremos. Veja bem; a vida não funciona dessa forma, por mais que você queira que essa pessoa incorrigível torne-se símbolo de perfeição, que você consiga transformá-la em ícone da sua capacidade, isso não acontecerá. Vivo ouvindo alguns amigos me dizerem que as pessoas mudam, que temos que acreditar que podemos alcançar algo que queremos. Portanto busquem o que querem, mas busque pra vocês, querem mudanças? busquem mudanças internas, ninguém pode mudar ninguém, ninguém pode demover idéias sem que a outra pessoa esteja disposta. Nada de chorar pelo doce achando que o ganhará depois. O seu doce não chegará em suas mãos, o choro não adiantará. Sofrer é atraente, sofrer é algo buscado, mas também é algo negativo. Chega de reclamar e buscar. Chega de sentir pelo sofrimento que você mesmo busca. Mude sua forma de pensar, mude sua forma de agir.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Realidade dos Psicólogos

O estado do Mato Grosso apresenta uma real carência no que diz respeito ao trabalho deste profissional. Não conta com um conselho específico, ficando os psicólogos sujeitos à 14ªregião, sede em Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Grande. Como consequência surge uma situação um tanto quanto cômica, talvez até uma situação sintomática, haja vista que os cursos de graduação no estado possuem uma grande base mercantilista e elitizada. Os pensadores, profissionais que deveriam pensar tornam-se mão de obra qualificada, deixam de ser seres reflexivos e tornam-se seres capacitados à função. Psicologia é um constante questionamento da realidade, é um estado de abnegação social e tentativa de mudança. O mercado de trabalho tenta transformar a todo custo o profissional psi em mão de obra barata. É certo também que firmar o pensamento nas bases econômicas e no sentido financeiro banaliza sua participação social, mas também seria hipocrisia imaginar esses profissionais sobrevivendo de sua introspecção. Todo Psicólogo deve estar ciente de que a atuação independe de ato médico, de que sua carga horária deve ser de cinco horas diárias, de que o seu salário deve corresponder a R$ 2.200,00 por período trabalhado, de que todo posto de saúde deve ter em seu quadro três profissionais psicólogos e de que toda rede de ensino, seja ela pública ou particular, deve ser composta de profissionais de psicologia atuando em todos os períodos. E outros tantos espaços a serem preenchidos por este profissional. Somos sim, atualmente parte do sistema, é inegável, porém, devemos estar cientes de nossa participação, obrigações e direitos. Todo psicólogo deve saber que seu trabalho precisa ser valorizado e respeitado, que tem-se direito ao sigilo e que não está sujeito às organizações, que deve ter seu compromisso firmado com a sociedade e com o SER humano, jamais com a produção ou com os interesses de classe e instituições. Fica um alerta aos profissionais; que permitam-se pensar e questionar sua atuação, que possam enxergar possibilidades de mudança e fazer o possível para melhorar seu meio.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Reforma Agrária

Um dos motivos da Reforma Agrária ser tão combatida nos dias de hoje diz respeito as lutas capitais dos grandes proprietários, que utilizam-se de sua metodologia um tanto quanto escusa, já que sua reforma foi efetuada, expulsando pequenos proprietários, grilando terras da agricultura familiar e produzindo o excedente desnecessário, que apenas ultrapassa o esperado e gera mais desigualdades. Atualmente são os pequenos proprietários que distrivuem alimentos e gêneros primários pelo país, ao contrário do que pensa a maioria da população. Os grandes latifúndios apenas servem para aumentar as diferenças e jamais para produzir o que a sociedade precisa. Há hoje a necessidade de abrir os olhos e enxergar a realidade brasileira e a realidade social como um todo. Há sim a reforma agrária dos movimentos como o MST que acaba por deturpar a ideologia original, já que muitos se unem ao movimento como forma de adquirir propriedades, de ter sua vida mais tranquila pela posse da terra, há a presença de muitos que utilizam-se do movimento para perpetuar as diferenças, mas há também a idéia genuína de que é necessário uma redistribuição de rendas, uma redistribuição das propriedades, já que muito do que se é possuído atualmente é parte de uma série de injustiças e apropriações ilegais. Não devemos radicalizar, apoiar um movimento desorganizado e sanguinário, mas também não devemos utilizar da mentalidade conformista de que sempre foi assim e continuará sendo. Se a maioria convir, se a maioria entender que as diferenças podem ser amenizadas, que a injustiça pode ser perseguida e até mesmo paralisada poderemos ter uma sociedade mais justa. Junto com a luta da terra devemos atentar para a luta de classes, pois nada mais é que uma luta por educação, uma luta por formação, prática social. É a luta de Paulo Freire, que sonhava emergir o povo brasileiro, pois se não somos sujeitos, nos tornamos apenas parte da engrenagem, nos tornamos massa. Precisa-se aprender a questionar, a querer reformular a sociedade. Precisa-se aprender a ser um SER PENSANTE, um ser questionador. Isso é a reforma agrária, uma reforma intelectual, apenas um ítem da grande reforma social que precisa-se.