Sempre ouço dizerem que ano novo é vida nova, talvez até seja, mas não passa de planos impossíveis de um monte de gente que não tem força para mudar. Pior, tem aqueles que até mudam, começam a se mexer para fazer alguma coisa, mas só fazem cagada. Tenho duas amigas que estão em choque com a idéia de mudança; uma delas treme só em pensar que o fato de ter terminado a faculdade fará com que volte a depender dos pais, a dar satisfação de toda a sua vida e resolveu tomar suas atitudes de ano novo. De imediato está pensando em se casar, se casar com o ex-namorado, figura estranhissima, do tipo ogro, que acha que laptop é uma bala de goma. Se enfiou em um inferno particular, acha que tudo o que a mãe dela faz é para o seu mal, acho que até anda imaginando um tronco para ser chicoteada na casa dos pais. Diz não querer perder sua vida daqui. Vai entrar numa furada, vai perder os amigos, deixar de festar, perder as mordomias e ainda por cima virar dona-de-casa. Se bem que não consigo imaginá-la fritando um ovo. Bom, meus conselhos são aqueles de quem se preocupa com o futuro: aprenda a cozinhar, entenda um pouco de economia doméstica, corte as unhas porque vai enroscar nas roupas e aproveite pra cortar os cabelos também, assim economizará tintura. Seguindo a mesma linha de conselhos, posso te garantir que a redução do seu vocabulário a apenas 20 palavras vai manter a relação pacífica e duradoura, evitar conflitos e fazer com que seu ogrinho sinta-se mais sábio. O pior é que morar com a família do namorado também traz consequências, a avó pode até ser um amor nas curtas conversas esporádicas, mas idosos odeiam pessoas que dormem até tarde, tem uma falta de educação sistemática e acham que o respeito por conta da idade permite que sejam grosseiros e digam o que bem entendem. Enfim, só tenho que desejar-lhe boa sorte com a empreitada. Ah, assista Tarzam para fazer um laboratório...
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