segunda-feira, 8 de março de 2010

Resposta ao Ato Médico

Novamente aqui para comentar sobre o Ato Médico, após fazer a última postagem, usei como frase pessoal do meu msn o seguinte: "Não ao Ato Médico!", para minha surpresa recebi um comentário, que transformou-se em uma discussão virtual. Um amigo, estudante de medicina irritou-se com minha frase e justificou sabiamente os motivos do Ato Médico ser aprovado e a real necessidade dessa luta. Transcrevo abaixo alguns trechos da conversa e me contenho em não comentar, apenas deixar para que tirem suas conclusões. Segundo este rapaz: "6 anos de faculdade gerariam um gasto imenso, ainda mais se o curso for em uma universidade particular que em geral tem uma mensalidade de R$4.000, onde os universitários precisam frequentar os churrascos e festas diários, usar as melhores roupas, beber o máximo que puder e tentar se sobressair sobre os demais" ainda de acordo com meu amigo isso " gera gastos imensos e não seria justo que outros profissionais " desprivilegiados "como enfermeiros e fisioterapeutas queiram saber o que é de responsabilidade do médico, se querem ganhar bem vai pra Amazônia, pro Acre, lá ouvi dizer que tem salários de R$6.000, embora não mereçam, tá bom pra nos deixar em paz" tentando me conter no post concluo com suas últimas frases: "temos gastos demais pra manter a imagem, o mínimo que podem fazer é nos dar a oportunidade de ganhar mais pra compensar todo esse tempo, ainda mais que precisamos manter o padrão de vida". Sei que o comentário vem de um rapaz, recém saído da adolescência, aliás, acho que não saído da adolescência ainda, já que se mantém na universidade sustentado pelo pai, se preocupa com os tênis que não podem ser repetidos e frequenta o curso considerado o pior do país...Tirem suas conclusões, porque, por mais preconceituoso e afetado que pareça o discurso do garoto pode representar a opinião dos colegas, dos futuros médicos que nos atenderão e decidirão o melhor em prevenção primária, secundária e terciária, afinal, as outras classes da saúde estão de mãos atadas esperando pela decisão.

sábado, 6 de março de 2010

Ato Médico

Um dos motivos do PL do Ato Médico revoltar as classes profissionais da saúde é o fato de engessar suas atuações e ter uma visão corporativista. Impede o adequado desenvolvimento das profissões e pesquisa. Dentre outros pontos, o Ato Médico institui que apenas o profissional médico pode fazer diagnósticos e indicar a terapêutica necessário, isso colocaria os psicólogos abaixo de suas qualificações, imaginem que um cliente que reuna todas as suas forças para ir até a clínica, enfrente seus monstros interiores e consiga despejar sobre o terapeuta todo seu sofrimento, precisa de coragem, as vezes passou por crises extremas e no fim de suas forças conseguiu se abrir, as vezes só consegue isso uma vez. Esse mesmo cliente cria um vínculo com o terapeuta, passa a confiar-lhe o seu sofrimento; pois bem, essa pessoa terá que procurar antes um médico, com seus conhecimentos científicos e nem sempre humanos, abrir-lhe-á toda essa situação, ouvirá tantas vezes explicações biológicas e simplistas, será medicado e a partir daí alvo das vontades desse profissional, que poderá ou não encaminhá-lo a um terapeuta, ou a outro profissional capacitado, justo esse cliente que não tem mais forças para pedir socorro, justo esse cliente que confiaria apenas uma vez em um profissional, precisará reunir forças sabe-se lá de onde para começar uma maratona, uma verdadeira via crucis por sua terapêutica e corre o risco de não conseguir ser encaminhado. Agora pensaremos juntos acerca do Ato Médico, que passa por cima dos aspectos humanos, dos princípios éticos de outras profissões e busca apenas hegemonizar o atendimento e mercantilizar a área da saúde, talvez seja por perder cada vez mais espaço, talvez seja por tentar manter o suposto saber, talvez seja para se auto-afirmarem, talvez...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sol

O Sol acaba por ofuscar nossa visão, queima a pele, nos sufoca. As vezes o céu não permite que ele nos veja, mesmo assim nós começamos a busca infundada e imbecil pelos seus raios. Como se o conhecer dos sentimentos pudesse nos acrescentar algo, não é assim. O conhecer o outro, o conhecer a nós mesmos apenas vai trazer mais medo, vai trazer mais insatisfação e ai nos fazer crescer ou nos obrigar a fugir. E será nessa fuga que nos afastaremos do que queremos. Fingimos não querer só porque é mais fácil sofrer pelo que não sentimos ou não tivemos do que arriscar perder. Simplesmente deixamos de viver, deixamos de sentir, buscamos que os raios do sol nos toque, mas queremos senti-lo leve, quando seu calor nos invade nos ameça, nos amedronta e lá vamos nós fugir outra vez...Fugir...Fugir....Tô mais pra me bronzear!