quarta-feira, 19 de maio de 2010

Reforma Agrária

Um dos motivos da Reforma Agrária ser tão combatida nos dias de hoje diz respeito as lutas capitais dos grandes proprietários, que utilizam-se de sua metodologia um tanto quanto escusa, já que sua reforma foi efetuada, expulsando pequenos proprietários, grilando terras da agricultura familiar e produzindo o excedente desnecessário, que apenas ultrapassa o esperado e gera mais desigualdades. Atualmente são os pequenos proprietários que distrivuem alimentos e gêneros primários pelo país, ao contrário do que pensa a maioria da população. Os grandes latifúndios apenas servem para aumentar as diferenças e jamais para produzir o que a sociedade precisa. Há hoje a necessidade de abrir os olhos e enxergar a realidade brasileira e a realidade social como um todo. Há sim a reforma agrária dos movimentos como o MST que acaba por deturpar a ideologia original, já que muitos se unem ao movimento como forma de adquirir propriedades, de ter sua vida mais tranquila pela posse da terra, há a presença de muitos que utilizam-se do movimento para perpetuar as diferenças, mas há também a idéia genuína de que é necessário uma redistribuição de rendas, uma redistribuição das propriedades, já que muito do que se é possuído atualmente é parte de uma série de injustiças e apropriações ilegais. Não devemos radicalizar, apoiar um movimento desorganizado e sanguinário, mas também não devemos utilizar da mentalidade conformista de que sempre foi assim e continuará sendo. Se a maioria convir, se a maioria entender que as diferenças podem ser amenizadas, que a injustiça pode ser perseguida e até mesmo paralisada poderemos ter uma sociedade mais justa. Junto com a luta da terra devemos atentar para a luta de classes, pois nada mais é que uma luta por educação, uma luta por formação, prática social. É a luta de Paulo Freire, que sonhava emergir o povo brasileiro, pois se não somos sujeitos, nos tornamos apenas parte da engrenagem, nos tornamos massa. Precisa-se aprender a questionar, a querer reformular a sociedade. Precisa-se aprender a ser um SER PENSANTE, um ser questionador. Isso é a reforma agrária, uma reforma intelectual, apenas um ítem da grande reforma social que precisa-se.

sábado, 15 de maio de 2010

Tempo que não volta

Talvez os dias sejam diferentes, talvez nós nos tornamos diferentes, mudamos, mas vivemos lutando, indo contra essas mudanças e conscientemente digo que sou contra certas mudanças, ando conservando um sentimento nostálgico, digno de meu avô. Relembro o tempo que passou e que não volta mais, me cobro mais, exijo mais da vida e ao mesmo tempo me contento com pouco. Hoje seria um daqueles dias que o vinho cairia bem e a companhia seria melhor ainda. Quero ficar descalço no tapete amarelo, olhar pro cinzeiro de bambú e depois falar besteiras. Quero ir para o corredor e olhar pela sacada, ver o pôr do sol laranja do céu do oeste e ouvir as músicas de sempre. Quero ir ao banheiro e olhar pra minha cara no espelho, sorrir com os dentes roxos, voltar e falar sobre os assuntos de sempre. Sorrir, beber, mais vinho, estar preparado pra deitar ao chão e ao final ir comprar mais vinho, apenas sorrir, conversar, beber mais vinho e ter uma boa companhia. Quero não pensar, quero não me mostrar, apenas me refugiar junto a quem compartilha do mesmo sentimento que eu. Quero denovo o mesmo vinho, a mesma sacada e a mesma companhia. A fumaça cobrindo, quando eu lembro me faz pensar que tudo estava envolto numa esfera mágica, sombria e misteriosa...a fumaça sempre esteve ali...Saudades...vontade de voltar no tempo e viver denovo tudo aquilo.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Tudo que me enoja

Certas coisas me deixam com náuseas, me deixam irritado, aliás, irritação tem sido uma constante ultimamente, irritação por conta de pessoas pequenas, sexistas, hipócritas e cegas. Me vejo como uma pessoa totalmente de esquerda, não pelas ideologias, mas pela terminologia. Me vejo ultimamente como um revoltado, mas ainda tenho os pés no chão; o que me revolta está ao meu lado, ainda não ampliei esse sentimento ao mundo. Ah, como me enoja ver alguém que mal sabe conviver consigo próprio tecer críticas ao seu vizinho, pior, se desvencilha do pouco de superego que lhe resta e fortalece os traços egoístas do id. Sou a favor sim de uma libertação dos instintos, mas com moderação, mediados pelo ego, fortalecendo este e procurando o que lhe traz prazer, mas atualmente esse edonismo anda totalmente interligado com o sadismo, e é essa manifestação que me deixa enjoado, me dá náuseas. O sadismo de quem vê uma mulher chorando depois de perder toda a família em um deslizamento e analisa uma interpretação diante das câmeras. Acho sim que é possível uma distorção de sentimentos para chamar a atenção, mas acredito também que existem sentimentos genuínos, que existe sofrimento por causas máximas e não apenas algumas lágrimas por conta do bixinho que ficou doente ou do filme que perdeu na TV, isso sim é falsidade, é vulgaridade, sentimentos pequenos de quem nunca soube viver, que apenas sobreviveu, que enfiou a cabeça na terra feito um avestruz, que criou seu próprio mundo e que vive nele como se fosse protagonista, medo de quem não tem amor próprio, medo de quem jamais sairá do escuro. Me enoja as pessoas que possuem um sexismo exagerado, que mascara e camufla os reais sentimentos e cria uma visão mentirosa, onde passam a demonstrar sua abertura, dizem de sua visão moderna e despreconceituosa...MENTIRA! Um bando de cães famintos, que aprenderam a não abocanhar a mão do dono, mas que a primeira oportunidade devoram o que veêm e fazem cara de piedade, fingem-se de animais dóceis e domesticáveis. Me enoja todo esse sentimento social de piedade e caridade, sou a favor do sofrimento nato ou da busca de ideais, caridade é prejudicial, ou existe igualdade ou não existe sociedade, apenas uma colméia de abelhas e sangue-sugas sedentas, que acabam matando-se umas as outras. Me enoja pensar na hipocrisia, me enoja escrever sobre ela...me congelam os dedos...paraliso-me...meu coração palpita e a náusea novamente toma conta de mim.